Quem procura acha!
Certamente você já ouviu falar que quem procura acha, e, por vezes, acha o que não quer! Este ditado popular é muito comum na área da saúde e me arrisco a dizer que em algum momento você já pensou que ao sentir algum tipo de desconforto/dor/incômodo e/ou alteração em seu estado de saúde chegou a pensar que era melhor não investigar, pensando que assim evitaria encontrar algo pior. Pode ser que você não tenha investigado e o problema tenha “sumido” ou esteja em um estado silencioso, mas o que será que a ciência diz sobre isso?
No quesito diagnóstico precoce e chances de sucesso no tratamento de quaisquer doenças, quem procura cedo e acha, é o melhor dos cenários. Sabemos que para doenças como câncer as chances de sucesso no tratamento chegam a ser 90% maiores quando comparamos o diagnóstico precoce com o tardio. Em casos de doenças graves como o Mal de Parkinson o diagnóstico precoce é fundamental para que o indivíduo tenha melhor saúde e autonomia ao longo da vida. Para além das questões do indivíduo, o diagnóstico precoce é essencial para o bem-estar e acompanhamento dos familiares, sabendo que muitas doenças exigem o envolvimento dos familiares, do trabalho e amigos.
Agora será que em termos psicológicos é melhor não saber? Para entender melhor essa questão vamos utilizar o exemplo do placebo, onde seu cérebro pode convencer o seu corpo de que um tratamento falso é real. É mais comum ouvir este termo em estudos científicos onde geralmente são criados três grupos, um que recebe a medicação, outro recebe o “placebo” e um terceiro que não recebe nada.Veja a definição de como funciona o efeito placebo segundo Harvard Medical School:
“O modo como os placebos funcionam ainda não é totalmente compreendido, mas envolve uma reação neurológica complexa que inclui tudo, desde aumentos nos neurotransmissores de bem-estar, como endorfinas e dopamina, até maior atividade em certas regiões do cérebro ligadas ao humor, reações emocionais e autoconsciência. Tudo isso pode ter benefícios terapêuticos. O efeito placebo é uma forma de o cérebro dizer ao corpo o que ele precisa para se sentir melhor”
Então o que na verdade acontece é que quando algumas pessoas descobrem que estão ou possuem uma doença há uma alteração no padrão neurológico do bem-estar, onde há uma exacerbação dos possíveis problemas que determinada doença pode causar. Há uma amplificação da situação, evento também conhecido como catastrofização, podendo estar associado com condições de vitimização. O que sabemos então é que a forma como encaramos a situação também é fator decisivo para o sucesso no tratamento das doenças, melhora da qualidade de vida, redução de custos e melhor manejo para que outras complicações associadas com a doença venham a surgir.
E, se eu não achar nada, o que eu ganho com isso?
Primeiro é que você pode celebrar, tendo em vista que segundo o IBGE mais da metade dos brasileiros possuem alguma crônica. Segundo é que você pode ganhar um reforço positivo, somos seres movidos por motivação e recompensa, sabendo que está saudável, você recebe um incentivo para continuar mantendo seus hábitos de vida favoráveis à saúde. Terceiro é que você está economizando, é isso mesmo, a adesão há planos de saúde e seguros de vida é melhor viabilizada quando você tem condições favoráveis de saúde.
Para além de todas estas questões, ao acompanharmos nossos indicadores de saúde podemos prevenir que surjam as doenças crônicas e diminuir também as chances de doenças com alto fator genético. Indicadores de estilo de vida como nível de atividade física, consumo de embutidos e industrializados, uso de açúcares, horas e qualidade de sono, socialização e manejo do estresse somados são responsáveis por mais de 89% das chances de desenvolver ou não estas doenças.
E aí, como está a sua saúde? Quando você fez o seu último Check Up?
0 comentários